Vacas leiteiras expostas a metais pesados pioram crise de patógenos resistentes a antibióticos – ScienceDaily

Traduzido de Science Daily
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Vacas leiteiras, expostas por alguns anos à água potável contaminada com metais pesados, carregam mais patógenos carregados com genes de resistência aos antimicrobianos, capazes de tolerar e sobreviver a vários antibióticos.
Essa é a constatação de uma equipe de pesquisadores que conduziu um estudo com dois rebanhos leiteiros no Brasil quatro anos após o rompimento de uma barragem contendo resíduos de mineração, destacando uma ameaça à saúde humana, dizem os pesquisadores.
O estudo é o primeiro a mostrar que a persistência de longo prazo de metais pesados no meio ambiente pode desencadear mudanças genéticas e interferir nas comunidades de microrganismos que colonizam vacas leiteiras, segundo a pesquisadora Erika Ganda, professora assistente de microbiomas da alimentação animal, Penn State.
“Nossas descobertas são importantes porque se a resistência bacteriana aos antimicrobianos for transferida através da cadeia alimentar pelo consumo de leite ou carne, isso teria implicações substanciais para a saúde humana”, disse ele. “O que vimos é que, quando há contaminação por metais pesados no meio ambiente, existe a possibilidade de que as chamadas ‘superbactérias’ aumentem.”
Uma declaração da Organização Mundial da Saúde apóia a afirmação de Ganda, dizendo que a resistência antimicrobiana é uma das 10 principais ameaças à saúde pública global que a humanidade enfrenta. A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam ao longo do tempo e não respondem mais aos medicamentos, tornando mais difícil o tratamento de infecções e aumentando o risco de propagação de doenças graves e morte.
Uma catástrofe ambiental sul-americana desencadeou a investigação. Conhecido como Desastre da Barragem de Mariana, em 2015 a barragem de rejeitos do Fundao sofreu uma ruptura catastrófica, liberando mais de 11 bilhões de galões de resíduos de minério de ferro. A enorme onda de lama tóxica desaguou na bacia do rio Doce, que circunda a cidade de Mariana, em Minas Gerais, estado do sudeste do Brasil.
Após esta catástrofe, a equipe analisou as consequências da exposição prolongada a água potável contaminada no gado leiteiro.
Para chegar a suas conclusões, os pesquisadores identificaram genes de resistência bacteriana aos antimicrobianos nas fezes, fluido ruminal e narinas de 16 vacas leiteiras da área contaminada por resíduos de minério de ferro quatro anos após o desastre ambiental. Os pesquisadores compararam amostras retiradas desses animais com amostras análogas de 16 vacas leiteiras em uma fazenda não afetada a cerca de 220 milhas de distância.
A comunidade de microorganismos em bovinos continuamente expostos a água contaminada difere em muitos aspectos daquela de vacas não expostas a metais pesados, disse a pesquisadora Natalia Carrillo Gaeta, doutoranda e assistente de pesquisa do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde. Animal pela Universidade de São Paulo, Brasil.
A abundância relativa e prevalência de genes de resistência bacteriana a antimicrobianos foram maiores no gado da fazenda afetada por metais pesados do que no gado da fazenda não contaminada, observou ele.
Os dados, publicados hoje (16 de novembro) em Fronteiras em microbiologia, sugerem que a exposição à contaminação por metais pesados resulta na seleção de bactérias que possuem genes de resistência a metais pesados, biocidas e vários medicamentos, explicou Gaeta. “Descobrimos que genes de resistência bacteriana a antimicrobianos são mais facilmente detectados em amostras fecais.”
A ligação entre a concentração de metais pesados no ambiente e uma maior prevalência de resistência aos antibióticos em bactérias já foi vista antes, disse Ganda. É conhecido como “fenômeno de co-resistência” e se caracteriza pela proximidade entre diferentes tipos de genes de resistência localizados em um mesmo elemento genético.
“Como resultado dessa conexão, a transferência de um gene que fornece resistência a metais pesados pode ocorrer em conjunto com a transferência do gene mais próximo, fornecendo resistência aos antibióticos”, disse ele. “Conseqüentemente, alguns mecanismos de resistência são compartilhados entre os antibióticos e os metais pesados.”
O grupo de pesquisa de Ganda no College of Agricultural Sciences trabalha a partir de uma perspectiva única de saúde, que se concentra na interação entre animais, pessoas e o meio ambiente. Ela acredita que esta pesquisa apresenta uma boa descrição de um problema de saúde único.
“Nesse desastre ambiental brasileiro, não só várias pessoas e animais foram mortos pelas devastadoras enchentes provocadas pelo rompimento da barragem, mas a contaminação persistiu no meio ambiente e se transformou em vacas leiteiras, potencialmente constituindo outro risco para humanos “, disse Ganda. disse. “Se esses animais forem colonizados, as bactérias resistentes também podem atingir os humanos e colonizá-los através da cadeia alimentar.”
Fonte da história:
materiais fornecido por Estado de Penn. Original escrito por Jeff Mulhollem. Nota: o conteúdo pode ser editado quanto ao estilo e comprimento.
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